quarta-feira, 31 de março de 2010

SURF



Ola, eu sou a Estela, minha irmã me chama de sista, alguns gringos alem de acharem que sou da Alemanha ou da Franca me chamam de outro nome qualquer. Mas eu não ligo, acho graça. Na verdade eu nasci em outro planeta e vim parar aqui em Byron Bay onde tive o prazer de conhecer essa família sensacional e estudar na mesma classe da Lu.


( desculpem a falta de acentos, esse computador é configurado em italiano, rs)




quem me dera ser um peixe

Mar – Longa extensão de água salgada conectada por um oceano.
Surf – Movimentos executados com uma tabua de madeira, epox, resina ou qualquer coisa que flutue , sobre o mar.

O que é o surf? Meu amigo fala que quando entramos no mar não estamos mais na terra, é outro mundo, só isso já e incrível. Meu mestre artístico definiu surf como o contato com as águas de todo o mundo, a mistura dos oceanos ... Nesse agora via skpe pacifico-atlantico uma flor me escreveu que surf é integração com a natureza, é um lugar onde todos são iguais, onde não há preconceito, quem estiver no pico vai pegar a onda, independente de cor, religião e sexo, é onde podemos ser livres de verdade e "estar" na natureza completamente. Minha hermana afirma o surf como a integração do homem com o mar, minha amiguita big rider fala que surf é sinergia, diversão, vida e amor, Fefe ta dizendo que é harmonia porque ela esta no que ela é ( universo), Sabrina encara como brincadeira de criança. E finalmente, um mestre yogue foi ainda mais profundo chamando os surfistas de anjos caídos.

minha irma na onda, Bibi treinando no lago

Que conexão! Aqui na Austrália os canguruzinhos já nascem com a parafina na bolsa. Quando eles crescem e ficam de cabelos brancos dão show de linha e fluidez nas pranchas grandes, os famosos longboards. Muitas pranchas pequenas acham que os pranchoes atrapalham. Mas eu admiro e gosto desse estilo, afinal o surf nasceu com ele. Ver o tiozao de cabelo branco andando até a bico da prancha e levantando os braços em um hang-five ou ten, ou ver o avo empurrando o netinho de menos de 2 anos na onda não tem preço. Já uma prancha usada custa 150 dolares australianos.

o melhor jeito de ir pra praia

mae e filha no lago da Tea Tree em Lenox

O surf aqui não é somente associado aos saradoes da praia, como muitas vezes é no Brasil. Surfa o nenê, a mãe, a avo, o careca, o cabeludo, o mais fofinho que você não diz nada e vai la e da show.

E é claro, que a Bia ( que agora como ela mesma diz “My name is BiatRRiZZZ”) ja incorporou essa cultura. O Armando já encarou os caldos e ficou de pe e a Lu ( Luuu, você é a próxima..., rsrsr) bom, acompanhem fotos da Lu em breve. 




surf no dia do tsunami

barbie no lago
Boas ondas!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Se essa rua, se essa rua fosse minha...

Já escrevi aqui uma vez que há muitas coisas na Austrália que lembram o Brasil, e há semelhanças por vezes inacreditáveis! Um dos costumes brasileiros mais bizarros, que também existe no OZ World, é usar a Polícia para fins privados. Sim, os cops daqui também têm por costume fazer um bico depois do expediente para assegurar um extra no fim do mês. A diferença é que aqui isso é institucionalizado, mas não me refiro ao "sistema" descrito em Tropa de Elite, mas sim a uma lista completa de serviços extras oferecidos, e cobrados, à comunidade pelo Departamento de Polícia de Queensland. E a demanda não para de crescer, em 2009 o faturamento desta business unit foi de AUD 23 milhões, 35% mais que em 2008.

Policiais fora da escala oficial de serviço podem ser destacados para serviços extra em troca de uma tarifa de AUD 103/ hora (R$ 175) por policial paga diretamente ao Departamento de Polícia. Deste valor cada oficial recebe honorários que variam entre AUD 50 e 70/ hora dependendo da senioridade no posto. Os policiais devem cumprir o bico devidamente uniformizados, podendo inclusive usar armamento do Departamento de Polícia e dispõe da mesma autoridade e procedimentos de quando estão em serviço oficial. As viaturas oficiais também podem ser utilizadas, desde que o contratante arque com os custos da kilometragem rodada. Eles também são obrigados a ter um intervalo mínimo de oito horas entre o extra e o plantão seguinte. Os policiais são contratados, entre outras atividades, para dar apoio ao controle de multidões em grandes eventos artísticos e esportivos, auxiliar na sinalização de obras em vias públicas (as principais estradas e vias expressas urbanas são privadas), apoiar em mudanças na escolta de cargas acima das especificações, transporte de valores por particulares e festa privadas. Principalmente festas de adolescentes!

Ainda não sei ao certo se o problema são os jovens cada vez mais expostos a informação, que é cada vez mais convergente, ou de pais com menos noção do que é educação e autoridade a ponto de buscar medidas do mundo adulto para resolver tudo. Apenas no estado de NSW existem em vigor mais de 1.300 ordens judicias protegendo menores de 15 anos da aproximação de... outros menores de 15 anos devido a episódios de bullying nas escolas (pra quem não sabe, bully é o nome dado pra ação de um fortinho dar um cascudo todo dia no magrelo, ou do grupo que rouba o sanduíche do gordinho que não consegue correr, ou ainda apelidar de quatroolhos quem usa óculos fundo de garrafa). E isso acaba virando um pesadelo pra toda a comunidade, imagina uma cidade pequena, ou mesmo um bairro de subúrbio, há em geral apenas uma escola, uma piscina pública, uma quadra de esportes... Como assegurar a vigilância do Estado pra resolver problemas triviais, diria banais, da adolescência (atire a primeira pedra quem nunca sofreu ou fez isso na escola!)? Neste contexto a contratação de policiais unformizados para festas de adolescentes é um alívio para os pais!

O estado de Queensland está agora em meio a uma grande discussão para frear o crescimento dos casos de violência, supostamente agravados pelo (ab)uso de alcool. Há um projeto em análise para restringir o horário de funcionamento de bares e pubs (meia-noite) e nightclubs (três da manhã, inclusive nos finais de semana). Em meio a esta discussão o Departamento de Polícia lançou o Party Safe Program, que compreende um site no qual é possível cadastrar sua festa privada (em casa mesmo) em troca de um pacote de pulseiras coloridas para controlar a entrada além de um conjunto de recomendações de experts de como fazer uma festa perfeita (e segura, claro!): Contrate seguranças especializados (se possível policiais também); mantenha uma lista de controle dos convidados (recuse penetras); peça identificação com foto; defina (e cumpra) horário de início e fim; mande todos os convidados embora no horário combinado para o fim; cerque todo o perímetro da sua residência (as casas aqui não tem muros; no Brasil não precisa, já tá cercado); permita apenas um ponto de entrada e saída; controle o consumo de alcool; arregimente pais para controlar os teens; pais de guarda não podem beber, claro; avise os vizinhos; não faça muito barulho; começe a baixar a música bem antes do fim da festa e desligue o som assim que possível. Aí me pergunto: festa assim tem graça?! Agora consgio entender porque, apesar de aparentemente relaxado, o australiano médio começa a surtar quando escuta um sonzinho e blábláblá no vizinho...

A propósito, esse é um karma que nos perssegue: sem fazer festa nem nada o nosso vizinho já fez um escândalo no primeiro fim de semana, só porque duas amigas vieram jantar conosco, afinal cinco pessoas conversando em uma casa de dois quartos as 21hs da sexta-feira é muuuuito barulho....

sexta-feira, 26 de março de 2010

Procurando Nemo – parte II

Chegamos ao nosso destino exatamente às 6:15h da manhã do sábado, após quase 14 horas de navegação e solavancos, afinal os ventos já estavam a 20 knots. O sol estava nascendo e atracamos pouco ao norte de Lizard Island no Ribbon Reef #10. 


A origem exata destas formações até agora permanece um mistérios para os geólogos, são estreitas faixas de corais submersos (a parte mais rasa está a 3 m de profundidade) que existem somente no limite exterior da plataforama continental ao norte da GBR; eles começam a cerca de 20 km de Cairns, extendem-se por mais 150 km ao norte e são numerados de 1 a 10, ou seja, estávamos no mais distante. A chegada a estes reefs é impressionante: em meio a imensidão azul de repente há um "piscina" verde, é o reef, cheio de vida! Nesta viagem mergulhamos ainda nos reefs #9, 3, 2&2/3 e 2.



Os dois primeiros mergulhos do dia foram no Cod Hole, habitat dos enormes e quase pré-históricos Potato Cod, peixes com quase dois metros e que chegam a pesar mais de 200kg. Mas são uns fofos! No primeiro mergulho reconheçemos o local e fizemos uma espécie de check-out para os mergulhadores com menos de 50 mergulhos logados, o que me incluía já que nunca fiz o log dos meus, em todos caso tinha àquela altura apenas 23 mergulhos (lembro de todos!). No segundo mergulho fomos junto com os instrutores e mais uma caixa de sardinhas cortadas dar vida mansa aos Potato Cod, apareceram três deles que ficaram nadando em volta dos mergulhadores, tão dóceis que podíamos passar a mão e abraça-los. Ainda no sábado fizemos mais dois mergulhos, incluindo um noturno.



No domingo, já que não pudemos ir ao Osprey Reef, o que implicaria em ter passado mais uma noite navegando, continuamos mergulhando nos Ribbon Reefs, o que se repetiu na segunda e na terça pela manhã. No total fizemos 14 mergulhos; eu pulei dois, mas que foram em sites repetidos, ou seja, mergulhei em todos os locais possíveis. O melhor da GBR sem dúvida são os corais. Acredito que em nenhum outro lugar do mundo eles são tão grandes, coloridos, variados e bem conservados como aqui. Sem dúvida James Cameron tirou dos mergulhos que fez na GBR a inspiração para criar as cores e formas apresentadas no planeta do Avatar. É verdade que à medida que nos aproximamos de Cairns, e começamos a encontrar os barcos de day-trip a qualidade dos corais começou a cair.


A fauna marinha também é diversificada, tubarões, tartarugas, moreias, peixes das mais variadas cores e tamanhos, sozinhos, em grupo, em grandes grupos...


Mas nada paga a viagem como os corais. É certo que não ir ao Osprey Reef foi uma decepção para todos a bordo, mas esses acontecimentos servem pra lembrar-nos que há algo mais forte que nós, sempre, que é a natureza; e que toda a tecnologia dominada pelo ser humano de nada serve quando os elementos nos dizem NÃO!
Em todo caso, pra encarar um liveaboard de quatro noites tem que estar muito a fim de mergulhar. O barco balança, o estômago embrulha e você mergulha, chova ou faça sol, com mar calmo ou agitado. Como dizem, só tem três coisas pra fazer: comer, dormir e mergulhar. O alvorecer é as 6:50h, o café é servido 7:30h e às 8 estamos começando o briefing do primeiro mergulho do dia. O processo todo de um mergullho dura aproximadamente 2hs entre o briefing, equipo, água, desequipo. O segundo começa as 10,45h, almoço as 13h e o terceiro entre 14-16h dependendo da localização do site. Caímos na água pela última vez no dia pouco antes das 19h e jantávamos as 20,30h. Depois filme (piratex, vimos the man who stare at goats, the hurt locker e The Fantastic Mr. FOX).

De volta a Cairns, mais uma volta pela cidade, o que serviu pra descobrir que eles adoram uma bunda...

E depois caí na vida noturna com alguns amigos do barco: um brasileiro (eu), um venezuelano e um americano (até parece piada...). Neste aspecto Cairns é um paraíso pros backpackers: festa todas as noites, idade média de 20 anos e várias bizarrices. Primeiro fomos em um pub que tinha "corrida" de peixinhos dourados, depois fomos a uma balada com briga de mulheres na piscina de espuma. Uma norueguesa de 19 anos e cara de cão raivoso foi a grande campeã da noite. Cada noite da semana tem um tema, a da terça-feira era a 5x10 em cada bar comprava-se uma cartela com direito a 5 drinks por AUD 10, uma pechincha. Depois tem a noite da camiseta molhada, do coiote, da saia justa ...

Há também umas empresas que organizam umas "excursões" pelas baladas da cidade (a propósito, todas ficam localizadas em quatro quarteirões centrais), você paga AUD 20 começa a noite em um BBQ e depois sai de bar em bar em grupo seguindo os guias que na verdade são uns animadores de auditório. Medo define!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nossa aventura por Victoria: The Great Ocean Road and behind


Voltando um pouquinho no tempo, saimos de Melbourne na sexta (dia 15/01), de carro, pra ver os pinguins em Phillip Island, que fica aproximadamente 2 horas ao sul de Melbourne. No caminho paramos numa fazendinha, com criacao de bichinhos pequenos, e uma lanchonete que vendia o melhor milk- shake que eu ja tomei, que na verdade não se chama milk-shake mas sim thick-shake, e vem com bastante sorvete - o milk-shake daqui e bem esquisito, com gosto de leite batido, e bem ralinho...

Chegando lá paramos direto no visitor information, que aqui funciona muito bem, e tem uma estrutura incrivel, comprar as entradas pra Penguin Parade. Aproveitamos pra reservar um hotel, ja que o programa ia acabar tarde. Demos uma voltinha pela Ilha, que é linda, e muito charmosa e paramos pra almoçar em um restaurante japonês muito bom, idéia da Beatriz, claro!

Chegamos na Penguin Parade, e descobrimos que antigamente os penguins estavam em toda a Ilha, mas foram morrendo por não conseguirem permanecer na ilha, com o homem cada vez mais presente, e hoje em dia eles só estão nessa regiao da Ilha. Vimos fotos da Parade em mil novecentos e bolinhas, com as pessoas na praia vendo os pinguins passarem bem debaixo dos seus olhos. Tambem deu pra ver tudo o que acontece com os pinguins no passar de um ano, tudo relacionado a sua familia, ja que ele dispensa a maior parte de sua energia preparando o ninho para o ovo, depois cuidando do ovo e buscando comida pra alimentar todo mundo (a comida vem na barriga e eles literalmente a vomitam para os seus filhotes). O lugar é uma fundação sem fins lucrativos, que promove a parada e cuida dos bichinhos. Os pinguins vivem apenas no hemisferio sul do planeta, e pertencem a diferentes espécies. Os moradores da Ilha são os menores que existem (máximo 20 cm de altura), mas muito engraçadinhos. Seguimos por um caminho de madeira, uma passarela no meio das dunas de areia da praia, e sentamos numa arquibancada, bem pertinho da areia. Tava ventando muito, o que é bem comum nessa região da Australia, e nós passamos um friozinho, que logo foi esquecido quando, exatamente, ao pôr do sol, os pinguins começaram a surgir da água, exatamente como eles fazem todos os dias há centenas de anos nesta mesma época do ano. Primeiro vem um, que parece uma manchinha na água, de tão pequeno, e anda ligeiro, saindo do mar. Logo atrás vem mais um, e outro, e vão se juntando pra saírem em grupo, correndo pra areia num balé desajeitado e harmônico ao mesmo tempo. Naquela semana em média 600 pinguins saíam do mar a cada noite, eles cruzam a praia, e começam a procurar pelas suas tocas, fazendo um barulho bem engraçado, um grito alto e estridente. A gente viu um monte de pinguins bem pertinho, e dá vontade de levar um pra casa! Saímos de lá bem tarde, e nessa noite eu sonhei com um monte de pinguins.

Chegamos na Penguin Parade, e descobrimos que antigamente os penguins estavam em toda a Ilha, mas foram morrendo por não conseguirem permanecer na ilha, com o homem cada vez mais presente, e hoje em dia eles só estão nessa regiao da Ilha. Vimos fotos da Parade em mil novecentos e bolinhas, com as pessoas na praia vendo os pinguins passarem bem debaixo dos seus olhos. Tambem deu pra ver tudo o que acontece com os pinguins no passar de um ano, tudo relacionado a sua familia, ja que ele dispensa a maior parte de sua energia preparando o ninho para o ovo, depois cuidando do ovo e buscando comida pra alimentar todo mundo (a comida vem na barriga e eles literalmente a vomitam para os seus filhotes). O lugar é uma fundação sem fins lucrativos, que promove a parada e cuida dos bichinhos. Os pinguins vivem apenas no hemisferio sul do planeta, e pertencem a diferentes espécies. Os moradores da Ilha são os menores que existem (máximo 20 cm de altura), mas muito engraçadinhos. Seguimos por um caminho de madeira, uma passarela no meio das dunas de areia da praia, e sentamos numa arquibancada, bem pertinho da areia. Tava ventando muito, o que é bem comum nessa regiao da Australia, e nós passamos um friozinho, que logo foi esquecido quando, exatamente, ao pôr do sol, os pinguins começaram a surgir da água, exatamente como eles fazem todos os dias há centenas de anos nesta mesma época do ano. Primeiro vem um, que parece uma manchinha na água, de tão pequeno, e anda ligeiro, saindo do mar. Logo atrás vem mais um, e outro, e vão se juntando pra saírem em grupo, correndo pra areia num balé desajeitado e harmônico ao mesmo tempo. Naquela semana em média 600 pinguins saíam do mar a cada noite, eles cruzam a praia, e começam a procurar pelas suas tocas, fazendo um barulho bem engraçado, um grito alto e estridente. A gente viu um monte de pinguins bem pertinho, e dá vontade de levar um pra casa! Saímos de lá bem tarde, e nessa noite eu sonhei com um monte de pinguins.

No dia seguinte tomamos um café maravilhoso do lado do nosso hotel, que era bem de frente pra uma praia linda! E seguimos rumo ao Yara Valley, região vinícola do Estado de Victoria, que fica numa região de montanha e clima ameno, conhecida em todo o mundo pela produção de uvas chardonnays e pinot noirs, que como consequencia fazem um bom vinho espumante. O cenário é incrível, com campos cheios de uvas e lindas casas de fazendas com degustacao de vinhos pra quem visita-las. Paramos em duas nesse primeiro dia, e seguimos ate um hotel em Healesville, uma cidade glamurosa, que viveu seu auge no final do seculo 19, época marcada pela riqueza ,e exploracao do ouro nessa regiao. Fomos jantar no Yarra Glen Grand, um hotel bem antigo (na Austrália, hotel = pub, lembre-se!), e com um quintal marvilhoso pra curtir o fim do dia.

Continuamos nossa visita pelas vinicolas, e compramos alguns vinhos deliciosos, com destaque para um vinho de sobremesa maravilhoso, parecido com um vinho do Porto, e um tinto mais forte muito bom também. Seguimos viagem em direção a Great Ocean Road, passando por Melbourne, e seguindo pro sudoeste da Australia. Optamos pela highway, que segue paralela a Great Ocean Road, e paramos pra dormir em Timboon, uma charmosa cidade, mas que estava deserta domingo à noite, em um hotel, que é um pub + lugar pra dormir + jogatina (poquer, bilhar e apostas, principalmente em corrida de cavalo). A gente tava com fome, é como aqui depois das seis é impossível achar um lugar pra comer, eu fiquei super feliz quando o rapaz do hotel me perguntou se eu queria ”soup”, e eu respondi que sim, e perguntei que sabor era... e ele falou que não sabia, mas que ia ver... e quando ele voltou me entregou um monte de “soap”, aqueles sabonetinhos pequenos que a gente usa em hoteis. Ainda bem que ele trouxe junto o nosso café da manhã, e como tinhamos vinho e mais alguns queijos, a noite tava garantida! No dia sequinte fomos conhecer a Distillery da cidade, e depois a FarmHouse Cheese.

Seguimos pra Peterborough, cidade na Great Ocean Road, onde já dá pra ter uma idéia da beleza do lugar. Com formação rochosa, que com o passar dos tempos foi sendo moldada pela força das ondas, e destino certo de turistas que visitam a Austrália, e segue bem pertinho do mar, com uma paisagem deslumbrante. The Grotto é um imenso buraco e impressiona pela cor da água, que mais parece uma imensa moldura e foi o meu preferido.


Depois veio a London Bridge, preferida do Armando, impressionante por se parecer tanto com a original e estar tão solitária no meio do mar. Hoje ela tem apenas o segundo arco, pois o primeiro, que a ligava ao continente, desabou em 1998 pois a ação dos elementos segue seu curso lento...

The Arch, a última formação que visitamos antes de chegar em Port Campbell, cidade que paramos pra dormir.

Acordamos cedo, e seguimos na Great Ocean Road pra ver a formação Loch Ard Gorge, onde um navio naufragou em 1878. Há mais de 40 naufrágios na região, apenas da segunda metade do século XIX, o que faz essa parte do litoral de Victória ser conhecida como a “Costa dos nafráugios”. O Loch Ard é um dos mais famosos porque ocorreu a poucos metros da costa, junto a uma dessas formações, e das 70 pessoas a bordo apenas 2 sobreviveram após nadar até a praia e escalar os rochedos em busca de auxílio. Os corpos que foram encontrados estão enterrados em um cemitério na área de visitação (tenebroso...)


E finalmente chegamos nos The Twelve Apostles, o ponto mais famoso e mais visitado, com uma grande infra estrutura para turistas, que transitam pelas passarelas falando as mais diversas linguas, espantando as milhares de moscas que habitam o lugar. Como todo lugar que é exageradamente visitado por turistas, The Twelve Apostles perdeu um pouco de sua beleza, até porque tudo que havíamos visto antes já havia pago a viagem com troco, mas mesmo assim não deixa de ser impressionante e grandioso, valendo a visita.

No caminho para Otway National Park encontramos diversos koalas nos eucaliptos do caminho, e tivemos que parar o carro pra não atropelar um, que preguiçosamente atravessou a rodovia e subiu pelo tronco da árvore. Depois chegamos bem pertinho de um koala que dormia num galho, e devia pesar uns 20 quilos de tão gordo que era. O vento balancava o galho em que ele dormia, e o bichinho nem percebia, parecia estar hibernando.

Paramos pra tomar sorvete em Apollo Bay, e seguimos pra Melbourne, onde paramos pra dormir, e pegar o avião de volta pra Brisbane na manhã seguinte. Nossos dias de férias acabaram, e estavamos de volta a Byron, doce Byron!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Procurando Nemo


O Clownfish que ficou famoso no filme Procurando Nemo é apenas uma das várias espécies de Anemonefish existentes na Grande Barreira de Corais. E eles estão todos lá!

O liveaboard não foi como esperado, infelizmente não fomos ao Osprey Reef no Coral Sea por conta de Ului e Tomas, os dois ciclones que se formaram no Pacífico justo agora quando a temporada de ciclones está chegando ao final... Estávamos longe de ser atingidos pelos ciclones, mas ainda assim havia ventos de até 40 knots e ondas de mais de dois metros na nossa rota o que tornaria a viagem, no mínimo, extremamente desconfortável. Tomas praticamente já se desfez sobre as ilhas Fiji, mas não sem antes provocar estragos, mortes e a evacuação de milhares de pessoas no arquipélago enquanto que Ului, no momento, está próximo as Ilhas Salomon (ainda como ciclone de categoria 4/5, devastador!) rumando em direção a Austrália a 4km/h, mas no máximo vai trazer chuva e ondas muuuito grandes (pra felicidade dos surfistas) para o sul de Queensland e talvez Byron Bay (atualização: atingiu o sul de Queensland como tempestade tropical, categoria 1/2, no domingo, 21/03).

Cairns é uma cidade de 150 mil habitantes no norte da Austrália, a 1700 km de Brisbane, um dos principais pontos de partida para visitas a Grande Barreira de Corais, o que fica claro na cidade. Tudo gira em torno do turismo. Como estamos no final da baixa temporada (a alta começa entre Abril e Maio) a cidade estava praticamente deserta. Outro atrativo é um gigantesco cassino, talvez um dos maiores da Austrália.
É impressionante ver como o Brasil é mal preparado para o turismo. Cairns não tem sequer 200 mil habitantes, fica perdida no meio do nada e mesmo assim a cidade conta com aeroporto internacional (que está sendo ampliado) com vôos regulares para o Japão, Bornéo e Singapura; há pelo menos meia dúzia de hotéis de luxo e cerca de uma centena de opções para todos os bolsos (inclusvie albergues-resort com direito a LRS!). Restaurantes, lanchonetes, locadoras de veículos, operadoras de turismo especializado (bunguee jump, skydiving, scuba diving, rapel, ...) e turismo receptivo abundam pela cidade. Além disso prédios públicos e jardins são meticulosamente cuidados. Passei a manhã na cidade, até embarcar no Taka às 16hs da sexta-feira. Este tempo foi suficiente para descobrir que além do piscinão de ramos local e das "atrações" já mencionadas não há nada pra fazer na cidade. É provavelmente um dos lugares mais chatos do mundo, a menos que vc goste de cassino, mas aí vá pro Paraguai que pelo menos é mais perto...

O Taka é um barco moderno, construído em 2004 especificamente para operar como plataforma de mergulho, com capacidade para 30 passageiros em cabines duplas, triplas e quádruplas com e sem banheiro. Tem compressor para reabastecimento de cilindros (inclusive para Nitrox que é uma gás enriquecido com O2 a 31%), banheiros com água quente, ar-condicionado em todas as dependências, cozinha e living room com sala de TV e leitura. Nessa viagem eramos apenas 13 passageiros para os 11 tripulantes, o que dá um ratio melhor que os cruzeiros mais luxuosos do mundo! Embarcamos no final da tarde de sexta-feira, conhecemos o navio, as nossas cabines e deixamos Cairns para trás, rumo ao Rainbow Reef # 10, no norte da barreira de corais (continua...)