quinta-feira, 15 de julho de 2010

Abre o olho, São Paulo

Post escrito por Norton Lara. Amigo do Armando e "contemporâneo" de ano sabático. Só que não creio que vamos conseguir nos encontrar por aí. Fica para Sampa.

A menina na foto no parque de KL é a Sofia. Nosso blog - http://waismannlara.blogspot.com/

Para brasileiros, viajar pelo Sudeste Asiático apresenta um vantagem adicional. A viagem nos permite comparar o Brasil com países em nível similar de desenvolvimento e, se é que podemos chamar assim, de riqueza.
A Malásia é um bom exemplo. Apesar de ter partido de muito atrás do Brasil, ela é hoje um país, no mínimo, comparável. Era uma colônia até 1957 e era miserável. Para complicar, a mistura de malaios, chineses e indianos gera uma dose considerável de tensão.
Pois bem, vamos comparar então Kuala Lumpur (KL, para os íntimos), com São Paulo (vulgo Sampa).
Sampa se vangloria de ser uma metrópole cosmopolita, com seus edifícios, um centro de consumo e uma meca gastronômica. Pois é mesmo. E eu estou até com saudades.
KL (leia-se quei él) é tudo isso também, com algumas vantagens.

Os arranha-céus colocam os de Chicago no chinelo.
Em termos de consumo, por exemplo, um dos shoppings bacanas daqui - o Pavillion - mete o Iguatemi, o Cidade Jardim e a Daslu no bolso. Juntos é claro, para não perdê-los no meio das moedinhas.
Quanto à gastronomia, a variedade em KL também é grande. Claro que puxando para as especialidades indianas e asiáticas, mas com muita coisa européia também.
A diferença em relação à Sampa, é que uma família pode curtir um festim culinário com R$ 10 por cabeça. Claro que pode gastar muito mais, mas o piso é baixo, e qualidade nesse nível já é muito boa.
Para completar, KL é coberta por florestas tropicais, tipo Floresta da Tijuca. São parques enormes de um lado da cidade e bolsões no resto. Num desses bolsões, uma floresta de 3 milhões de anos, tem até passeio ecológico. Com guia florestal e tudo. A 1 km das Petronas Towers.

Até o trânsito é muito melhor. Algo a ver com as mega autopistas que cruzam a cidade e o monorail elevado. Com a diferença que a estrutura do monorail é leve e não cria embaixo um cenário de medo tipo Minhocão.
E a cereja do bolo é que a cidade parece muito mais segura que a nossa. Os bancos tem portas tipo McDonald´s e não vi segurança ostensiva. O fato de darem prisão perpétua em caso de porte ilegal de arma talvez contribua. Até há pouco, era pena de morte. Mas o principal fator que leva a isso é com certeza a cultura (e religião), já que pena dura, por si só, não resolve.
Mas vamos dar um bom desconto nessa avaliação, porque são apenas observações superficiais de quem passou alguns dias por lá. Seguramente, há bastante poeira debaixo do tapete.
Mas não tenham dúvida que uma visita a KL abre os nossos olhos paulistanos...

Um comentário:

Armando disse...

Pois é, na verdade o Brasil precisa abrir os olhos. Depois de toda a festa pela Copa de 2014 e pelos jogos de 2016 parece que esquecemos que precisamos de aeroportos, estradas, portos e hotéis. Com a taxa de crescimento prevista (e que esperamos) para o Brasil até lá, só pro business as usual, não teremos mais aeroportos, por exemplo. E a Ásia, bem amigos, a Ásia, as antigas colônias das décadas de 50-60 (e pode incluir nessa conta Indonésia, Malásia, Singapura e até Índia) estão fazendo sua lição de casa. Obrigado Norton!