Agora que conseguimos uma conexão decente com a Internet vamos atualizar os acontecimento desta ultima semana. Antes um aparte sobre a Internet, aqui há Internet wireless em praticamente todos os lugares, paga (hotéis) ou gratuita (McDonalds, agências de viagem e até mesmo nos parques). O problema é que quase nunca funciona direito...
Saímos de Byron Bay no dia 26/12 em direção ao norte. Mas antes passamos na casa da Paula, nossa amiga brasileira que trabalha na escola de inglês da Lu pra deixar parte da nossa bagagem. A Paula tem nos ajudado em vááários aspectos da vida prática aqui na Austrália e esperamos um dia poder retribuir toda esta gentileza. Ela mora em Lennox Heads, uma cidade de praia 20km ao sul de Byron onde também há um lago bem bonito onde as famílas velejam, acampam e, óbvio, fazem churrasco nas facilities públicas e coletivas. Só que chegamos e ela não estava em casa, e o que fizemos? Entramos no quintal, já que a porta que dá pra rua fica sempre aberta, e deixamos as malas (a Beatriz ficou super-preocupada se iriam mexer na mala rosa da Barbie e levar os brinquedos dela)! Claro que deu tudo certo e as malas estavam lá do jeito que deixamos quando ela chegou à noite.
Dirigimos cerca de 300km até a cidade de Noosa Heads, um balneário com cara de cidade Mediterrânea (com tudo que isto significa de bom e ruim) na parte do litoral de Queensland conhecida como Sunshine Coast. Tomando Brisbane como referencia, 100km ao sul está a Gold Coast, onde fica a famosa praia de Surfer’s Paradaise, sede de uma etapa do campeonato mundial de surf (WTA, não?!) em março de cada ano. E 100km ao norte fica a Sunshine Coast, com as praias de Mooloolaba, Maroochydore e Noosa. Como era impraticável ficar lá pra dormir (1, porque não combina conosco e 2 porque estava absurdamente lotada) andamos mais 80km para a cidade de Maryborough, que o Looney Planet apontava como muito interessante por ser o lugar onde nasceu e viveu Pamela Lyndon Travers (ou P. L. Trevers, para disfarçar o fato de ser uma mulher), escritora australiana criadora da personagem infantil Mary Poppins. Pena que o guia estava errado, não há nada de interessante lá. É apenas uma cidade usada como ponto de apoio para quem vai visitar Fraiser Island (um parque nacional, a maior ilha de areia do mundo) ou Rainbow Beach. E nem a casa onde nasceu a Mary Poppins conseguimos achar...
Nosso destino seguinte foi Agnes Waters/ Town of 1770 (mais 200km, a segunda foto). Não escrevi errado não, o vilarejo tem este nome mesmo como referência a 1ª expedição a Australia de James Cook, que ficou lá por seis semanas naquele ano. Após ter parte de sua frota danificada durante violenta tempestade, Cook encontrou nas águas tranquilas da baía do hoje vilarejo a segurança necessária para recuperar as avarias das embarcações. Hoje essas duas cidades (apenas 8km as separam) formam um valorizado e exclusivo balneário, com excelentes pontos de surf, poucas casas, um ou dois resorts, um punhado de pequenas pousadas de charme e dois gigantescos campings à beira-mar com toda, mas toda a infra-estrutura necessária para barracas e motor-homes (o que inclui churrasqueiras de uso coletivo, claro!). Além disto, marcam o início do parque nacional marinho da Great Barrier Reef que estende-se por cerca de 2000km até as remotas Torres Strait Islands, praticamente em Papua Nova Guiné (lembra do WAR?).
Passamos a tarde na cidade e seguimos para Gladstone (mais 120km), nossa parada mais setentrional até agora na Austrália. Por lá passa 5% de todo o PIB da Austrália e está localizada a maior planta de Alumina do mundo, além de grande porto exportador de carvão. Nessa epóca do ano Gladstone estava mais para uma cidade-fantasma e isto explica porque foi a única cidade onde conseguimos um quarto pra passar a noite. Conhecemos Barney’s Point (a “praia” da cidade),Turkey Beach, Boyne Island e Tannum Sands Beach. Se você um dia estiver na Austrália nem se preocupe que não vale a viagem. Uma pena mesmo era a Heron Island, esta sim na Grande Barreira, estar lotada devido às festas de fim de ano. No fim foi até bom, porque choveu por dois dias seguidos e aí pelo menos não tivemos o desprazer de estar em um resort paradisíaco em meio aos corais sem poder fazer nada... Ficamos no hotel de Gladstone tomando vinho e vendo filme no DVD. Em um dos dias quase fomos engolidos por um ciclone na praia de Tannum, o céu escureceu e o vento foi tão forte que arrancou a barraca dos salva-vidas. É Renato, conseguiram fazer melhor que aquele dia no FFT!
Mas o que valeu a pena em Gladstone foi que vimos Cangurus na estrada. Pode acreditar na famosa placa de trânsito que adverte sobre a presença dos masurpiais símbolo da Austrália! Eles estavam logo ali, no campo... Depois em Sydney os vimos no zoológico mas nem de longe é a mesma coisa, tão apagadinhos, coitados!
No dia 30 empacotamos tudo e voltamos para o sul. Saímos as seis da manhã para pegar um day-tour para Lady Musgraves Island em Town of 1770. O tempo não estava muito firme, na verdade pegamos chuva o tempo todo na estrada que só parou próximo a 1770. Assim que saiu da baía (abrigada, lembrem da história do capitão Cook), o barco começou a jogar como poucas vezes vi na vida! Praticamente todos os passageiros vomitaram as tripas durante a viagem. Eu até que sou forte pra essa coisas, nunca sinto nada, mas confesso que na última meia hora de viagem só aguentei porque sou teimoso... A Lu tomou um remédio milagroso e também foi uma das poucas a não vomitar. Os chineses, japoneses e etc pareciam que iam morrer, ainda mais depois do rocambole com molho BBQ que comeram no café da manhã... Não sou preconceituoso, mas definitivamente tô pegando um abuso desse povo. Eles são muitos, estão em todos os lugares, são mal-educados e... digamos, pouco higiênicos. Pronto falei! Mas o chinês da Liberdade em São Paulo é ótimo!
Após duas horas de viagem chegamos na ilha, que é um pedaço de areia cercado por uma barreira de corais. Indescritível! A operação do day-tour (www.lmcruises.com.au) é impressionante: deck flutuante, barco com fundo de vidro, “submarino”, operador de mergulho, chuveiro de água doce, almoço... Ponto alto também pra tripulação (eficiente e simpática) e pro dono da empresa, um tiozinho de quase 80 anos entregando os snorkels pras crianças. Super recomendo!
A Lu foi pro passeio na ilha e no barco “submarino” com a Beatriz enquanto fui pro mergulho na parte externa dos corais. Vamos a avaliação do mergulho na famosa barreira:
1. A água é mais clara e quente no Caribe (além de ser muuuito mais perto e barato pra nós)
2. A vida marinha é diferente, claro, mas a variedade e quantidade nos melhores pontos do Caribe não deixa nada a desejar (empate)
3. Os corais realmente são mais abundantes, bem preservados e únicos. Parecem florestas, visíveis mesmo em snorkeling há 2 metros de profundidade.
4. Agora, o que valeu a viagem, sem dúvida, foram as tatarugas, gigantescas e amistosas (a Lu ficou amiga de várias), nadando por todos os lados e... os tubarões! Enquanto que no Caribe ou na África do Sul é preciso ir para pontos específicos pra ver tubarões "domesticados", lá eles estão por todo lado em seu habitat natural. No mergulho cheguei a ver oito deles juntos (Great White Sharks), cada um com pelo menos 3 metros de comprimento. E pelo menos um gigantesco, de mais de 5 metros enfiado embaixo de uma rocha. Tubarões assim nem em Cuba, viu Fabiano!?
Resultado: se seu bolso e tempo de férias permitem, vá mergulhar em ambos
A viagem de volta foi mais tranquila, pelo menos os japoneses não vomitaram o almoço... Ao desembarcar em 1770 ganhei dois peixes que a tripulação havia pescado durante o dia.
Dirigimos mais 90km e passamos a noite em Bundaberg, cidade à beira-rio muito agradável famosa por abrigar backpackers do mundo todo em busca de trabalho nas fazendas de frutas das redondezas e sede da fábrica do famoso rum australiano Bundaberg. Grazi, tem até uma versão que já vem na lata misturada com Coca-Cola que tomei em sua homenagem. Noite com lua cheia refletindo na Marina embaixo da janela do quarto do hotel, que também tinha cozinha, onde limpei, temperei e assei os peixes que ganhamos. Na manhã seguinte, 31/12 fomos pra Brisbane passar a noite de Reveillon, mas aí já é outra história...
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