domingo, 17 de outubro de 2010

Enfim a India!

Chegamos em Mumbai no amanhecer do dia, debaixo de uma chuva torrencial !
Pisar na India me trouxe uma alegria imensa, um sonho se realizava. Estar aqui tinha sido o embrião que gerou toda essa enorme aventura, que cresceu e se tornou nossa volta ao mundo !
Eu já estava preparada pra ver muitas coisas difíceis de entender, de encontrar muito caos, muita sujeira e muitas cores. A India é um universo à parte, diferente de tudo que se possa imaginar...
O aeroporto não se distancia dessa realidade, lotado de gente ( como todos os lugares na India ), desorganizado, sujo, velho. E a chuva não passava... até passar pela imigração, pegar as malas, passar por uma fila enorme a confusa pra entregar um papel pra um indiano no portão de saída e conseguir um táxi, se passaram quase duas horas lá dentro. E quando finalmente saímos, pegar o táxi debaixo daquela chuva foi nossa primeira aventura na India : o táxi era um carro pequeno, muito velho e caindo aos pedaços; herança dos ingleses, com certeza ! O taxista não falava uma palavra em inglês, era um típico indiano com uma enorme barba branca. E lá fomos nós, rezando pra chegar, tomando água na cara a cada 5 minutos, porque se fechassemos a janela, os vidros embaçavam. E a, no máximo, 40 km por hora ! Demoramos mais uma hora pra chegar ao hotel, e quando conseguimos, fomos tentar dormir um pouco, as seis da manhã.
O hotel era legal, bem localizado, e quando a chuva deu uma trégua, saimos pra dar uma voltinha... fomos numa livraria, e compramos um guia da India. 

Esse é o único trecho da nossa viagem que não foi planejado pelo Armando. Como conhecer a India era uma vontade minha, ele deixou isso nas minhas mãos. E como eu não consigo organizar nada com antecedência, e adoro coisas inesperadas, nada ficou decidido. O guia é enorme, a India, maior ainda.
Depois fomos comer num restaurante de comida indiana, e pedimos Thali : um prato bem tradicional na India, que vem com um pouquinho de cada coisa nuns potinhos de metal. E naan, pão redondo e achatado feito no Tandoor. A Bia ficou na sopinha...
Voltamos pro hotel e a chuva voltou com tudo. Junho é o começo das Monções, e nós já estavamos preparados pra pegar muita chuva ! Quando ela deu a segunda trégua do final do dia, saímos pra dar outra voltinha, e passear pelo calçadão da Marine Drive, cenário de muitos filmes bollywoodianos, e na minha opinião, muito parecido com a orla de Havana em Cuba. Parece que todos os indianos terminam seu dia por aqui... tinha grupos de jovens, famílias, e solitários, observando as águas calmas que envolvem Mumbai. Seguimos caminhando até a região , passando por antigos prédios ingleses, como a High Court e a University of Mumbai, e chegando em Colaba. Nesse dia estava tendo greve dos taxistas, e Mumbai estava um pouco mais caótica, como se isso fosse possível... voltamos pro hotel depois de uma passadinha pelo Mac Donalds ( é o único lugar pra Bia conseguir comer algo não picante ! ), que serve hamburgues vegs. 

E a chuva recomeçou com força total enquanto experimentavamos o panipuri, de um indiano muito simpático que tinha uma barraquinha na frente de uma espécie de padaria onde passamos pra comprar água.
Acordamos debaixo de chuva, e lá se foi mais um dia caótico em Mumbai... pegamos um motorista pra ficar com a gente o dia inteiro, e nós mostrar um pouco da cidade. Andamos muito pelas avenidas conturbadas e entupidas de carros, atravessamos bairros com pessoas andando pra cima e pra baixo, como um verdadeiro formigueiro humano : assim é Mumbai, uma selva de pedra com muita gente, onde as famílias vivem dentro de um cômodo, onde comem, dormem e convivem 24 horas por dia ! Fomos a um enorme templo hindu, à praia ( onde os indianos se divertem, mesmo no frio, entrando na água de roupa ), almoçamos num típico restaurante indiano para indianos, onde tudo é servido na folha de bananeira, e se come só com as mãos. Atravessamos pela nova ponte de Mumbai no comecinho da noite, com os ouvidos zunindo, ainda se acostumando com a barulheira da India !


Em nossa terceiro dia em Mumbai iniciamos o dia com um café da manhã numa pastisseria que fica em frente ao nosso hotel, e depois seguimos andando debaixo da chuva que não abandonava a cidade, até a estação ferroviária Victoria, de desenho arquitetônico opulento e apinhada de indianos indo e vindo, e indianas coloridas em seus saris. 




Seguimos andando até o famoso Hotel Taj Mahal, onde ocorreu o famoso atentado em 2008 no qual terroristas invadiram o hotel e mataram várias pessoas, que fica em frente ao India Gate, uma entrada do mar para a chegada a India dos grandes barcos que comercializavam especiarias pelo mundo no passado. 

No caminho muitas vacas soltas pelas ruas, cruzando na frente dos carros e reinando absulotas sem ninguém pra pertuba-las. 
Almoçamos no famoso Leopold Cafe, bar restaurante tradicional e antigo, famosos como ponto de reunião de goondas retratado na novela Shantaram, conhecido pela multidão de turistas que chegam a India todos os anos. Voltamos pro hotel pra assistir ao chato jogo Brasil X Portugal, onde ninguém marcou um golzinho sequer...
E assim Mumbai passou por mim como uma chuvarada fria pra se preparar pra tudo que ainda viria pela frente : muito calor, muitas cores, muita luz e muita vida ! Aqui o mar bate forte na terra firme, e o dia a dia parece ser mais pesado pros indianos. É a maior cidade da India, com 19 milhões de pessoas, onde os contrastes são berrantes, e tudo pode acontecer. Acordamos ainda no escuro, e vimos mais um dia nascer na nossa porta de entrada para o misterioso mundo indiano, na ida para o aeroporto onde pegamos o avião direto pra Kathmandu, no Nepal. Beatriz estava com seu belo sari rosa, e fez sucesso entre as funcionárias da companhia aérea.           

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Comida de rua é o máximo!

Nunca antes na vida vi tanta comida na rua como em Bangkok, tanto na quantidade como na variedade. Lá faz um calor amazônico, com mais de 35 graus e 90% de umidade durante o dia. Mas assim que a sombra da tarde começa a cair sobre as ruas estreitas da cidade, milhares de carrinhos, tendas, barracas e bibocas das mais variadas espécies começam a aparecer.


Eu que adoro, comi de me acabar; mas confesso que não tive coragem de experimentar metade da variedade mais exótica que a culinária local oferece.


Fiquei apenas no mais conhecido e "normal" aos meus olhos, como os churrasquinhos no espeto, tipo os do estádio de futebol no Brasil...

... os bolinhos cujo recheio não importa porque só dá pra sentir a pimenta mesmo...


... o mini siri mole frito e crocante...
... e as sopas, hum!
E se quiser levar pra casa, é só pegar os saquinhos pré-embalados no pier do barco.

Mas pelo menos gatos eles não comem, porque são muito bem tratados! Mas já não posso garantir o mesmo em relação aos cães...

Na Índia se você quiser um pouco de leite é só trazer o copo de casa e servir-se...
... mas o bom mesmo e o tali, com pão chapati, dhal e vários refogados de vegetais aromáticos servidos na folha da bananeira pra comer com a mão. Repete-se o quanto conseguir.
No trem, sempre dá pra comprar uns bolinhos embrulhados em folha de jornal quando pára em uma estação mais limpinha. São fritos na hora, quentinhos e apimentados, claro...

Mas o que não tem preço, é ser convidado, intimado na verdade, a dividir a refeição com os monges no mosteiro do Dalai Lama. Juro que nunca vi uma panela de arroz tão grande!
Na Jordânia, doces maravilhosos! Os libaneses que me desculpem, mas eles manda muito bem. Só que como era Ramadhan tínhamos que resistir à tentação até o por do sol ou então comer escondido pelas esquinas
Descobrimos que chegamos ao Mediterrâneo quando as castanhas, frutas secas e azeitonas passam a dominar os mercados.


Os Mercados são sempre o meu lugar preferido pra comida de rua. Ainda mais quando as salsichas vêm de porcos tão charmosos...
Em Marrakesch, todas as noites religiosamente tem um mercado no estilo Feira de São Cristovão onde se pode comer de tudo, dos simples churrasquinho grelhado até sopa de caracol e cabeça de bode. O hamburger de camelo eu não vi lá, mas em Fes. Provei e gostei!


Os vegetarianos que me desculpem, mas ficar sem provar alguns bichinhos é perder metade da viagem, prontofalei!