terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Melbourne, a cidade mais asiática da Austrália


Melbourne, capital do estado de Victoria, é a segunda maior cidade do país, sede do primeiro Grand Slam de tênis do ano, o Australian Open (que por sinal começou durante a nossa estada lá), dos grandes desafios internacionais de cricket, do GP da Austrália e das Olimpíadas de 1956; abriga também três importantes universidades: University of Melbourne, University of Technology e o Royal Melbourne Institute of Technology (cujo prédio é uma mistura de Gaudi e aquele outro pintor dos polígonos coloridos, de gosto duvidoso).

Talvez isso explique porque a cidade é dominada por asiáticos de todas as origens: coreanos, chineses, vietnamitas, malaios, filipinos e muita gente jovem. Melbourne não é uma cidade grande (pros padrões brasileiros), não tem a fama nem a agitação de Sydney (pros padrões australianos) e tampouco muitas atrações turísticas. Mas é cool e cheia de curiosidades; é aquele tipo de cidade agradável pra caminhar sem rumo e se perder pelas ruas.

Melbourne foi fundada e cresceu rapidamente até a primeira metade do século XIX como consequência da corrida do ouro em Victoria, o que aliado a sua localização geográfica (na "curva" sul da Austrália) e às águas tranquilas da Port Philip Bay transformou a cidade em importante pólo comercial, consolidado posteriormente no ciclo de industrialização do final do século XIX e na período de reconstrução e imigração do pós-guerra. A cidade, como o resto da Austrália, está em obras; reflexo do plano de estímulo pós-crise que lançou obras de infra-estrututra de toda espécie pelo país, além de subsidiar o crédito para a construção civil em geral. O contra ponto é que as obras de infra-estrutura nem sempre são necessárias (como o novo hub de transporte urbano de Melbourne de AUD 110MM) e o preço dos imóveis sobe sem parar (um apto de 2 quartos aqui em Byron custa AUD 700 mil).
A viagem pra Melbourne foi longa (12 horas), o trem é lento mas super-confortável. Ar condicionado, amplo espaço pras bagagens, poltronas reclináveis que fariam a TAM corar de vergonha e um vagão restaurante que aqui eles chamam de bafê. A cada meia hora os microfones anunciavam as opções diponíveis para café da manhã, depois lanche, almoço, mais lanche, jantar... Pra cada refeição primeiro pegávamos um ticket de reserva e uma hora depois eles chamavam pelo microfone para retirar, ou seja, houve aproximadamente 30 anúncios do bafê durante a viagem, foi até engraçado. Chegamos em uma terça-feira, 12/01, às 7 da noite, depois de duas semanas com máximas na casa dos 40C o calor tinha dado um tempo e estava até frio pro verão, aproximadamente 17C. Fomos pro hotel e saímos rápido pra procurar um restaurante, já que não deu pra repetir o almoço no jantar do bafê... Se vier a Austrália algum dia lembre de jantar cedo, os restaurantes, mesmo nas grandes cidades, raramente servem quem chega após 21:30h (às 18h já tem gente pagando a conta!). Demos sorte e conseguimos um coreano aberto (já era quase 21h) perto do hotel e ainda por cima bom, bonito e barato (comemos camarão, lula e salmão por AUD 40 os três). Foi pensamento positivo da Beatriz que queria um japonês ou similar. Mas os coreanos da Aclimação são melhores...

No dia seguinte fomos ao Queen Victoria Market, e... fechado! Se você tem um guia de viagem, e o leva consigo, lembre sempre de consultar os horários de abertura antes de ir. O mercado fecha às segundas e quartas. A vantagem é que abre quarta à noite como um gigantesco fast-food, e como era verão havia também três palcos com música ao vivo, mesas, uma feirinha de artesanato e uma multidão!
Mas já que estava fechado fomos passear pela cidade, começar a descobrir sua arquitetura: prédios Victorianos, Edwardianos, Renascentistas, Clássicos, Neo-clássicos, Contemporâneos e seu variadíssimo comércio.

 A cidade é um paraíso das compras, é possível encontrar tudo, de bugingangas a produtos de luxo e toda a sorte de eletrônicos. Há lojas de rua em prédios históricos, lojas de "importados", shoppings tradicionais, pequenas e luxuosas galerias do século XIX que se cruzam em meio aos quarteirões e até uma das maiores lojas de departamento da Austrália, a Myers. Vistamos duas lojas: uma especializadas em Babuskas (as bonecas russas) e outras de casas de bonecas suecas, que vinha até com piscina e luz elétrica de verdade!

Paramos em um restaurante grego pra almoçar e finalizamos o passeio com um chopp na Federation Square que é onde a cidade acontece: cinemas, centro cultural e informações turísticas à beira rio em prédios contemporâneos de gosto mais do que duvidoso... Corremos pro hotel pra trocar de roupa e fomos pro mercado aproveitar a noite, que na verdade era dia já que nessa época do ano há luz até 21h em Melbourne.

Na quinta pela manhã voltamos ao mercado, e dessa vez pudemos nos deliciar com todo o tipo de iguaria do mundo inteiro. Provamos, comemos, compramos e levamos pra casa queijos, azeitonas, frutas (secas e naturais) e pães. Aprendi os nomes em inglês de vááários ingredientes, o que é muito útil para seguir receitas e perguntar pelo que você quer na feira. Nos subterrâneos do mercado visitamos uma loja de peixes ornamentais. Mas que vende também tartarugas, cobras, lagartos, aranhas e até escorpiões! Tudo vivo! E comida de cobra também: ratinhos brancos inteiros congelados!
Depois fomos passear mais pela cidade, à pé. Mas pra quem não gosta de andar (a Beatriz, por exemplo) Melbourne pode ser facilmente percorrida pela sua completa e extensa (240km) rede de bondes sobre trilhos (trams). Eles vão pra todos os lugares, são relativamente baratos (a viagem na área central custa AUD 1,00) e muito charmosos, já que algumas linhas conservam os modelos usados no início do século passado. Lembra até San Francisco! 

Acabamos a tarde com um pic-nic no Southbank local, um parque às margens do Yarra River. Depois Beatriz foi pular na cama elástica com cordas e voltamos pro hotel ao anoitecer.

Sexta-feira acordamos sem pressa, Bi e Lu foram a piscina do hotel enquanto fui buscar o carro para começar nossa viagem pelo ineterior de Victoria: Philip Island, Yarra Valley e a Great Ocean Road. Quem acompanha nossa viagem pelo blog já viu alguns posts dessa parte da viagem, pois foi no final da estadia em Melbourne que configurei o celular para posts móveis

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Onde a lua se parece com a bandeira da Turquia

Sydney, a cidade mais internacional da Austrália - parte II


(continuação) Na terça-feira, 05/01, fomos ao destino de praticamente todos que visitam Sydney: Bondi Beach. Praia bonita, reduto de gente jovem reunida, o "Leblon" de lá como disse o Armando. 
No dia seguinte, quarta-feira, reservamos o nosso almoço do dia seguinte na Sydney Tower e fomos ao Aquarium relaxar vendo peixinhos coloridos e tubarões enormes nadando sem parar em volta da gente, pois lá há uns tanques gigantescos os quais vc atravessa por túneis de vidro sub-aquáticos. Devo confesar, que mesmo com toda a nossa experiência de mergulho e mesmo o Armando tendo visto vários tubarões na Musgrave Island, o aquário impressiona! Mas o que mais gostei mesmo foram os dundenongs, os primos do nosso peixe-boi. Há quatro espécies deste peixe no mundo: o brasileiro do Atlântico (que se adaptou ao rio Amazonas), do litoral africano (no Atlântico), o do Índico e o do Pacífico ao norte da Austrália. Acho que vou parar de comer alface, pois é só o que eles comem (30kg por dia) e ficam daquele tamanho... Bibi também viu o Nemo e a Dori e eu vi pinguins, meu bichinho preferido!
Quinta-feira foi dia de almoçar na torre, mas antes passamos pelo bairro chinês, que perde pra 25 de março, mas é bem parecido, com a diferença de ter todas as lojas de "importados" localizadas em um grande galpão chamado PaddiMarket. No caminho pra torre entramos em uma livraria antroposófica (pra quem não sabe a Beatriz estuda em um colégio Rudolf Steiner, que utiliza a antroposofia como base pedagógica) que achamos no meio do caminho por acaso, com todos os livros do Steiner, os anjinhos de lã, absolutamente tudo do mesmo jeito, sem tirar nem pôr, da pedagogia Waldorf. Infelizmente os livros eram bem caros e compramos apenas um second hand de lendas teutônicas. A torre foi meu programa preferido em Sydney. Chegamos cedo, comemos por horas, bebemos espumante (nacional) e saímos com o restaurante fechado. Fizemos duas voltas completas pelo céu de Sydney. Sim, porque a torre é redonda e o restaurante gira, gira, gira...

À noite fomos para um programinha bem legal, cinema ao ar livre no Olympic Park. A galera vai em família, leva um monte de comida, bebida, cadeirinha e cobertor. E tudo organizado como na Suíça: área para sentar no chão (à frente), depois área para low chair e ao fundo área para high chair. Assistimos a um filme OZ bem legal, com o Paul Hogan (o Crocodilo Dundee, mas agora com 72 anos)

Sexta de manhã fomos a Glebe, um bairro bem simpático, alternativo e calmo perto da Central Station, à noite voltamos ao Olympic Park, a pedido da Beatriz, pra assistir a um filme infantil, Astroboy. Ela adorou!

Sábado foi o primeiro dia do Sydney Festival, que acontece durante 3 semanas todos os anos. O primeiro dia já se consolidou como um dos principais eventos da cidade, com atrações gratuitas rolando o dia todo na região central da cidade que fica fechada para carros, só com o povo à pé nas ruas e parques. Música boa, muuuito calor e diversão garantida! Vimos de tudo um pouco: um grupo de música country para crianças (composto pelo pai, sua filha e seis crianças entre netos e sobrinhos), uma banda de blues japonesa, um DJ de Nova Guiné, uma orquestra de 120 saxs... Foi legal, mas a gente prefere a Virada Cultural paulistana

Domingo fomos conhecer Cronulla, uma praia na estação final da linha de metrô que usávamos. Uma hora de trem até chegar lá, mas valeu a pena, o lugar é lindo e muito charmoso.

Segundona e último dia em Sydney fomos a um programa escolhido pela Beatriz: nadar em uma das muitas piscinas públicas que existem, não só em Sydney mas em toda a Austrália (veja post do dia 15 de janeiro). Programão para passar um dia inteiro relaxando em cima e dentro da água (por módicos AUD 12,00 pra nós três), já que a piscina a que fomos fica literalmente dentro da baía, olhando a cidade de longe. À noite dia de arrumar as coisas pra ir pra Melbourne cedo na manhã seguinte. Acordamos, fomos pra estação e encaramos os cerca de 900km em 11 horas de viagem (mas tudo custou a bagatela de AUD 135,00, um terço do avião)...


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sydney, a cidade mais internacional da Austrália


Chegamos em Sydney às 10h da noite, tempo de chegar no hotel e ir dormir. Sydney amanheceu com sol, mas logo chegou a chuva, e como estávamos a caminho do The Rocks, abrigamo-nos na The Art Gallery of New South Wales, um grande museu de artes plásticas com expressiva coleção (pinturas e esculturas) renascentista, impressionista, colonial e contemporânea, e o que é melhor: de graça; o museu acabou sendo um ótimo programa!

Atravessamos o Jardim Botânico, que é lindo, e chegamos na feirinha que rola no The Rocks. Parada estratégica na filial de uma das mais famosas cervejarias de Munique (HB) para umas cervejas reparadoras. Voltamos de metrô pro hotel e descobrimos que estávamos bem próximos de KingsCross, um dos picos da ferveção noturna da cidade. É o mais próximo que eles tem da nossa rua Augusta (mas beeem menos descolada) e do Red Light District de Amsterdã (mas não tããão escrachada): boates, inferninhos, bares, casas de aposta, enfim, a escória. Ao longo dos 10 dias que passamos em Sydney vimos de tudo nessa rua: chineses novos-ricos, backpackers,
malucos de toda natureza e até um travesti vestido de borboleta... Mas era só passar aquela meia dúzia de quarteirões do sub-mundo (há até uma série de TV aqui, no estilo Filhos do Carnaval da HBO brasileira, que é ambientada nesse submundo), o marco é a FitzRoy Gardens uma linda praça com delegacia de polícia e chafariz, pra rua transformar-se em um charmoso e agradável bairro residencial dazamigas passeando com seus cachorrinhos poodle. Domingo foi dia de passearmos (de verdade, pq no primeiro dia havíamos apenas "passado") no Jardim Botânico e visitar a Sydney Opera House.

É uma construção em forma de barco a vela cartão postal de Sydney, junto com a ponte. Bem, gosto não se discute, lamenta-se apenas. Eu e o Armando não gostamos! Depois pegamos o fery-boat pra Manly, uma praia bem charmosa, distante do centro da cidade pois fica na outra ponta da baía (está para Sydney como Niterói está para o RJ).
Nossa amiga Tati já tinha nos contado de Manly, e fomos dar uma olhadinha em algum lugar pra ficar lá, mas depois de conferir os preços das opções disponíveis desistimos. Mas o lugar é uma graça, com um centrinho, calçadão na beira da praia e um lindo por do sol! Voltamos pro hotel e brindamos com a Carol e o Pedro as 30 primaveras da Carolzinha!

O dia seguinte foi de despedidas. Nossos visitantes foram embora, e a Beatriz ficou muito triste, mais até do que quando saímos do Brasil. É duro, mas a vida é mesmo feita de despedidas e reencontros! Pra esquecer a tristeza fomos conhecer Darling Harbour, o lugar preferido do Armando em Sydney! Fomos ao Wildlife conhecer os bichinhos mais estranhos do lugar, destaque para as aranhas, os Koalas e uma ave muito estranha, um dos símbolos nacionais que parece mistura de ema com pavão além dos cangurus e todas as suas variações, incluindo um menores e mais ágeis que vivem no deserto e escalam montanhas como cabras (continua...).

Sexta-feira de sol, snorkel, praia rumo ao Earthfreq, u-hu!

Vou aproveitar o sol pra fazer snorkel no naufrágio e começar bem o finds! Este final de semana tem festival, o nosso primeiro gringo!!! www.earthfreq.com se tiver sinal mandamos uns posts móveis.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O dia hoje é de chuva, mas o show no pub da praia é de graça e salvou a tarde.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Brisbane no primeiro dia do ano: Eles também têm um piscinão de ramos...


Primeiro dia do ano, e como havíamos prometido para a Beatriz lá fomos nós para a grande praia artificial de Brisbane. 
Estava lotada, várias famílias reunidas aproveitando o feriadão. A Beatriz passou o dia inteiro brincando: foi na praia, na piscina e descobriu um grande aquaplay interativo, super legal, com o mapa da Austrália e a bacia hidrográfica do estado no chão, e várias outras coisas diferentes por onde saía água o tempo todo.
Passamos o dia lá, e depois fomos pro aeroporto pegar o avião para Sydney

Byron, it's the real life

Bom, estamos de volta a Byron Bay, onde vamos ficar até maio, já há alguns dias.  Essa a volta a vida “real” tomou tanto o nosso tempo nos últimos dias que acabamos nos descuidando de atualizar o blog. Mas acho que foi possível perceber que utilizamos todos os recursos tecnológicos, mandando notícias  em tempo real, direto do celular (com rede 3G é mais fácil!).
Agora estamos de casa nova (um apartamento), a Luciana voltou às aulas, a Beatriz começou na escola Rudolf Steiner e estamos entrando no dia-a-dia da vida na Austrália. Mas antes ainda vivemos muitas aventuras que vamos contar em nas nossas férias pela Austrália antes de voltar a Byron:
1.       Brisbane no primeiro dia do ano
2.       Sydney
3.       Melbourne e redondezas
4.       Great Ocean Road

Uma princesa na intimidade

A Beatriz após sair do banho, com a toalha enrrolada pra secar os cabelos.